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domingo, 23 de abril de 2023

Comunicação – Os modalizadores

 

O JORNALISMO E O ARTIGO DE OPINIÃO 

"O artigo de opinião é um texto jornalístico de base argumentativa em que o seu autor defende um ponto de vista sobre determinado tema. O autor do artigo de opinião é chamado de articulista e geralmente é um jornalista ou figura pública com autoridade sobre o tema a ser tratado.

Atualmente, os artigos são lidos em meio impresso e digital e são responsáveis por fomentar as principais discussões nas redes sociais, justamente por trazerem uma série de temas e assuntos polêmicos que mobilizam a sociedade."

O artigo de opinião é um gênero jornalístico que se caracteriza por expressar opiniões de seus autores, ao contrário das notícias, que devem ser isentas do julgamento daqueles que as escrevem. Como o nome diz, é um gênero produzido na área jornalística para ser publicado em jornais e revistas impressos ou virtuais. Algumas vezes, o artigo de opinião também pode ser escrito para ser lido em jornais televisivos ou radiofônicos.

Quando são publicados em jornais, os artigos costumam ocupar espaços pré-determinados, em seções ou colunas destinadas à veiculação de opiniões. Diferentemente das notícias e reportagens, os artigos de opinião não são ilustrados por imagens. Essa forma de apresentação reforça o caráter de seriedade do gênero, que já é dada por seus autores serem especialistas nos assuntos que discutem. O fato de serem escritos por especialistas já supõe, também, que serão profundos, mais longos do que as notícias, terão linguagem mais ligada ao campo de conhecimento desse especialista, menos fácil de ser universalmente compreendida. Todos esses elementos exigem um leitor mais preparado e disposto a enfrentar a leitura de textos mais complexos.




 Os modalizadores









O QUE É MODALIZAÇÃO?

A modalização é um conceito advindo da ciência linguística para definir os mecanismos discursivos que apresentam a função de manifestar o posicionamento do enunciador em relação àquilo que é dito.

Por não ser uma categoria estrutural da gramática, é bastante complexo realizar uma classificação das modalidades na língua, cabendo seu entendimento à própria área da compreensão textual e mesmo da análise do discurso.

De forma geral, um modalizador é um elemento gramatical ou lexical – palavra ou expressão – por meio do qual o enunciador revela alguma atitude relativo ao conteúdo daquilo que ele mesmo enuncia. Assim, mesmo de forma encoberta, o enunciador deixa seus posicionamentos subentendidos ou sugeridos, de forma a influenciar o coenunciador a compreender o enunciado sob um determinado aspecto que lhe é dissimuladamente proposto.

Em todo ato de comunicação, podem-se fazer presentes mediações diversas, oriundas das intenções com as quais um discurso é imaginado, produzido e realizado. Seja evidenciar uma certeza, uma dúvida, a obrigatoriedade ou a proibição, uma possibilidade, algum sentimento, entre outros.  Para a linguística a própria língua guarda características argumentativas, na medida em quem, por meio dela interagindo escrita ou oralmente, os falantes reproduzem entendimentos, atitudes e argumentos.

Os elementos modalizadores, portanto, são utilizados como um indicativo da própria existência de um discurso argumentativo, ao transparecer o ponto de vista apresentado pelo enunciador da maneira como ele buscou a elaboração de seu discurso.

Entre as inúmeras possibilidades intencionais que podem ser expressas na comunicação, destaca-se que, no geral, os recursos gramaticais utilizados para expressá-los não é tão extenso quanto as alternativas de significação. A função modalizadora manifesta-se principalmente por meio de advérbios – quando indicativos acerca do acolhimento do enunciado em sua totalidade ou parcialidade por parte do enunciador; do uso de modos verbais, de forma a indicar se o enunciado expressa um acontecimento ou uma vontade; do emprego de verbos auxiliares que acrescentam noções circunstanciais que podem apontar necessidades ou possibilidades; do uso de estruturas subordinativas, como orações principais em que seus verbos constitutivos possam expressar modalidade; ou do uso de adjetivos, cuja escolha pode revelar opinião ou posicionamento.

Pode-se afirmar, sem margem para dúvidas, que não existe possibilidade de comunicação sem que haja modalização (que, inclusive pode manifestar-se pela entoação da voz na fala) explícita ou implícita, uma vez que sempre haverá intencionalidade nos discursos que são produzidos. Assim, sem esgotar as possibilidades significativas, pode-se enumerar algumas possibilidades modalizadoras, como a seguir:

Asseverativos

Aqueles que conferem certeza a um discurso, podendo ser afirmativos (evidentemente, certamente, claro, sem dúvida, lógico; ou negativos como a polarização de termos pelo uso do “não” ou expressões como “de jeito nenhum”, “de forma alguma”, entre outros.

Dubtáveis

Aqueles que colocam um discurso em dúvida, estabelecem que um enunciado está sujeito à desconfiança, à incerteza ou à imprecisão. Exemplos: talvez, possivelmente, é provável etc.

Delimitadores

Aqueles que estabelecem uma restrição ou um limite ao entendimento do alcance de conceitos ou do discurso. Exemplos: quase, tipo de, espécie de, linguisticamente, matematicamente, geograficamente etc.

Deontológicos

Aqueles que indicam obrigatoriedades, proibições e permissões. Exemplos: necessariamente, obrigatoriamente, não deve fazer, deve apresentar etc.

Afetivos

Apresentam as emoções do enunciador diante do conteúdo do discurso, bem como posicionamentos de princípio ou predileções. Esses modalizadores podem ser subjetivos, quando marcam a reação do enunciador diante do que é exposto (infelizmente, curiosamente, espantosamente etc.) ou intersubjetivos, quando incluem na sensação emotiva a relação com o coenunciador, seja pela aceitação, pela colaboração ou pela rejeição (sinceramente, francamente, lamentavelmente etc.)


MODALIZAÇÃO TEXTUAL
O que é modalização?
Modalização é o fenômeno pelo qual o sujeito expressa sua adesão ao texto. Através da modalização é possível perceber qual a atitude do locutor na defesa do que pretende. Assim, é possível perceber se ele crê no que diz, se atenua ou impõe algo que diz. Na verdade, é a expressão de um ponto de vista. Portanto, como pode haver um texto sem modalização?
A resposta é muito simples. Simplesmente não há texto sem modalização. Essa pode sim ser mais explícita ou mais discreta.
No texto, percebemos a presença dos modalizadores pelos elementos linguísticos que os expressam. Esses funcionam como indicadores de intenções, sentimentos e atitudes do locutor com relação a seu discurso. Eles revelam o grau de engajamento do falante em relação ao conteúdo proposicional veiculado.
O chamado ethos é a imagem que a gente cria de si mesmo. É essa, na verdade, a marca dos modalizadores no discurso, que são marcas deixadas por quem escreve.
Há dois tipos básicos de modalizadores:
a) Modalidades Epistêmicas: referem-se ao eixo do saber (certeza/ probabilidade);
· Crer – eu acho, é possível
Provavelmente virei.
· Saber – eu sei, é certo
Viajarei com certeza.
b) Modalidades Deônticas: referem-se ao eixo da conduta (obrigatoriedade/ permissibilidade).
· Proibido: Não se deve estacionar na faixa amarela.
· Obrigatório: Você precisa se alimentar melhor.
Recursos Linguísticos para a expressão da modalização:
· modos e tempos verbais;
· advérbios: talvez, felizmente, infelizmente, lamentavelmente, certamente...;
· predicados cristalizados: é certo, é preciso, é necessário;
· performativos explícitos: eu ordeno, eu proíbo, eu permito...;
· verbos auxiliares: poder, dever, ter que/ de, haver de, precisar de...;
· verbos de atitude proposicional: eu creio, eu sei, eu duvido, eu acho...
De acordo com os modalizadores que um autor utiliza, ele pode tornar seu discurso mais polêmico ou autoritário. Quando se constrói um discurso mais polêmico fazemos mais uso dos modalizadores inseridos no eixo do crer.
Quando o autor faz esta escolha, ele proporciona ao leitor a chance de tirar suas próprias conclusões.
Já o discurso inserido no eixo do saber e do dever estará mais voltado para um discurso autoritário, restringindo as chances de o leitor discordar dos fatos apresentados pelo autor.




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