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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

  Os tipos de variação linguística são: geográficas, históricas, sociais e situacionais. Variação regional ou geográfica (diatópica) : ocorr...

sexta-feira, 28 de abril de 2023

A CONSCIÊNCIA CORPORAL



O artista utiliza o corpo como forma de linguagem, por isso tem a necessidade de obter uma consciência corporal para criar melhores possibilidades de movimentos.

A dança, tendo como fator fundamental o movimento, transmite e reflete valores sociais onde poderá contribuir para o processo de renovação e transformação deste ator, além é claro de retratar as ansiedades, as ideias e percepções corporais.

O corpo, em todo o processo de evolução do ser humano foi sempre um instrumento de manifestação do contexto histórico, sendo ao mesmo tempo um reflexo deste.

A ideia de se ter a dança dentro do teatro tem como objetivo fundamental, desenvolver a capacidade de pensar, refletir, analisar, sentir, agir e reagir artisticamente percebendo o corpo e os princípios gerais do movimento com sensibilidade, expressão e criatividade em cena, além de elaborar combinações e progressões artísticas de movimentos em acompanhamentos relacionados à temas e a fundamentos de música. Visando também, reconhecer a necessidade do conhecimento da dança para o ser humano, e estabelecer relação entre os princípios de técnica e espontaneidade. Para por fim, o artista alcançar o domínio de nomenclaturas, bases de sustentação e posições da dança, tendo o conhecimento para ter liberdade de adaptá-los adequadamente de forma criativa às diferentes improvisações, temas e enredo.

De modo geral, a consciência corporal representa o nosso consciente em relação ao próprio corpo. Além disso, por meio do nosso sistema proprioceptivo (quando conseguimos ter noção espacial entre as coisas), os músculos são informados sobre quais ações tomar, visando o equilíbrio, a estabilidade e a postura.

quarta-feira, 26 de abril de 2023

A crase e os numerais

 

A crase e os numerais

crase não deve ser empregada junto a numerais cardinais ou ordinais, exceto em casos especiais. Nas orações em que aparece um termo regido pela preposição "a" acompanhado de numerais, o acento grave indicativo da crase é dispensado.

Exemplos:

  1. Isso tudo foi explicado à três crianças desatentas. [Inadequado]

    Isso tudo foi explicado a três crianças desatentas. [Adequado]

    ..[termo regente: explicar a]

    ..[três: numeral cardinal]

    ..[crianças: palavra feminina plural]

  2. Os informes chegavam à dois lugares distintos. [Inadequado]

    Os informes chegavam a dois lugares distintos. [Adequado]

    ...[termo regente: chegavam a]

    ...[dois: numeral cardinal]

    ...[lugares: palavra masculina plural]

É importante assinalar, ainda, que o emprego da crase é dispensado quando a expressão composta pelo numeral for indicativa de datas.

Exemplos:

  1. De 03/04 à 20/05 estarão abertas as inscrições para o curso de extensão. [Inadequado]

    De 03/04 a 20/05 estarão abertas as inscrições para o curso de extensão. [Adequado]

Caso especial:

Indicação de horas: se a expressão composta pelo numeral indicar horas o emprego da crase torna-se obrigatório.

Exemplos:

  1. O vôo partirá as 13h00[Inadequado]

    O vôo partirá às 13h00[Adequado]

terça-feira, 25 de abril de 2023

Três princípios básicos da coerência textual:

 Três princípios básicos são necessários para compreendermos melhor o que é coerência textual:

1) Princípio da Não Contradição: Um texto deve apresentar situações ou ideias lógicas que em momento algum se contradigam;

2) Princípio da Não Tautologia (redundância): A tautologia nada mais é do que um vício de linguagem que repete ideias com palavras diferentes ao longo do texto, o que compromete a transmissão da informação;

3) Princípio da Relevância: Um texto com informações fragmentadas torna as ideias incoerentes, ainda que cada fragmento apresente certa coerência individual. Se as ideias não dialogam entre si, então elas são irrelevantes.


Os pleonasmos viciosos (REDUNDÂNCIA) mais comuns da língua portuguesa:


subir para cima monopólio exclusivo                      voltar atrás

descer para baixo ganhar grátis                                 preconceito intolerante

sair para fora             encarar de frente                                    sintomas indicativos

entrar para dentro    multidão de pessoas                      fato verídico

cego dos olhos    amanhecer o dia                              suicidou a si mesmo

gritar alto                    criação nova                                      comer com a boca

pessoa humana     repetir de novo                              surdo do ouvido

hemorragia de sangue planejar antecipadamente      países do mundo

viúva do falecido        isto é um fato real                      de chapéu na cabeça

acabamento final      na minha opinião pessoal              elo de ligação

certeza absoluta       maluco da cabeça                       abusar demais

juntamente com goteira no teto                                      detalhes minuciosos

em duas metades iguais infarto do coração            comparecer pessoalmente

há anos atrás              de sua livre escolha   outra alternativa  anexar junto "


segunda-feira, 24 de abril de 2023

Regência nominal - Regência verbal - Período composto

 Chamamos de regência verbal e regência nominal a relação de subordinação existente entre um verbo ou um nome e seus complementos.

 REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 


A sintaxe de regência cuida especialmente das relações de dependência em que se encontram os termos na oração ou as orações entre si no período composto. Os termos, quando exigem a presença de outro, chamam-se regentes ou subordinantes; os que completam a significação dos anteriores chamam-se regidos  ou subordinados. Quando o termo regente é um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio), ocorre a regência nominal.


Agora note:

Quando um termo REGENTE é um VERBO, ocorre a REGÊNCIA VERBAL.

Voltemos:

Agora veja:

Como você deve ter notado, quando o termo REGENTE é um nome (substantivoadjetivo ou advérbio), ocorre a REGÊNCIA NOMINALtanto no período simples quanto no composto por subordinação.

Nota: Na regência verbal, o termo regido pode ser ou não preposicionado: na regência nominal, ele é obrigatoriamente preposicionado.

A palavra REGÊNCIA vem do verbo reger (reger = -ência), e este do latim Regere = dirigir, guiar, conduzir, governar.

Dessa forma, regente é aquele que DIRIGE, CONDUZ, GOVERNA, e regido é aquele que é DIRIGIDO, CONDUZIDO, GOVERNADO.

Fique atento a isto:

O termo que completa o sentido de um verbo é chamado OBJETO. O objeto (termo regido) pode estar ligado (ao termo regente) por meio da preposição ou não. Se completar o verbo sem preposição obrigatória, recebe o nome de objeto direto, e pode ocorrer em período simples ou composto por subordinação.

Veja o exemplo:

Notou no exemplo que este verbo CHAMAR não pede a preposição para ter significação no seu complemento? Temos aqui um período simples, (oração que apresenta apenas um verbo ou locução verbal).

No caso de dúvida(s) se o “a” é preposição ou artigo, tente substituí-lo pela preposição para. Se não der é porque não é preposição. Caso permaneça em dúvida consulte em nosso site a aula sobre Crase.

Outra dica para saber também se o complemento verbal é objeto direto ou indireto é só você fazer a pergunta depois do verbo, por exemplo, chama quem? Resposta: A atenção.

Troque o complemento “a resposta” pelo pronome isto, assim: chama quem? Resposta: isto. O pronome “isto” pediu preposição? Não, então o complemento do verbo é objeto direto.

Se o termo completar o sentido do verbo por meio da preposição obrigatória, então, o complemento verbal é objeto indireto. Veja o exemplo:

Notou que o verbo pede a preposição para que o complemento verbal tenha sentido?

Agora troque o complemento verbal pelo pronome NISTO. Acredita em quê? Resposta: Nisto (contração da preposição “em” + o pronome “isto” = nisto). Fácil, não é?

No período composto por subordinação o processo é o mesmo.

Veja o exemplo:

Que é que o público exigia? Resposta: que os ingressos fossem devolvidos.

Trocando a oração subordinada pelo pronome ISTO, temos como resposta: O público exigia isto.

Notou que o verbo EXIGIR não pediu a preposição? É por isto que a oração exemplificada é classificada como oração subordinada substantiva objetiva direta.

Note agora:

Substituindo a oração subordinada pelo pronome NISTO, temos: Meus pais insistiam nisto.

NISTO é a contração da preposição em + o pronome isto.

Espero que você tenha entendido e gostado da explicação!

Para lembrar, veja o quadro abaixo:

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
VTDverbo transitivo direto (não exige preposição)
ODobjeto direto (completa o sentido de um verbo transitivo direto)
VTIverbo transitivo indireto (exige a preposição)
OIobjeto indireto (completa o sentido de um verbo transitivo indireto)
VTDIverbo transitivo direto e indireto
CNcomplemento nominal (completa o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio)
VVvozes verbais
VAvoz ativa: sujeito agente
VPAvoz passiva analítica (verbo ser + particípio)
VPSvoz passiva sintética (com o pronome “se”)
VPRvoz passiva reflexiva (sujeito agente e paciente)

REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS

ASPIRAR

• No sentido de ‘almejar’, ‘pretender’, pede complemento com a preposição ‘a’ (objeto indireto):

  

  

• No sentido de ‘cheirar’, ‘sorver’, ‘inalar’, pede complemento sem preposição (objeto direto):

  

  

ASSISTIR

• No sentido de ‘prestar assistência’, ‘dar ajuda’, é normalmente empregado com complemento sem preposição (objeto direto):

  

  

• No sentido de ‘ver’, ‘presenciar como espectador’, pede complemento com a preposição ‘a’ (objeto indireto):

  

  

• No sentido de ‘caber’, ‘pertencer’ pede complemento com a preposição ‘a’ (objeto indireto):

  

  

CHAMAR

• No sentido de ‘convocar’, ‘mandar vir’, exige complemento sem preposição (objeto direto):

• No sentido de ‘cognominar’, ‘dar nome’, pode ser tanto transitivo direto como indireto (com o objeto indireto regido pela preposição ‘a’ seguido de predicativo do objeto introduzido ou não pela preposição ‘de’. Há, portanto, quatro construções possíveis:

Caso o complemento (objeto direto ou indireto) esteja representado por um pronome oblíquo átono, teremos as seguintes construções:

Chamei-o de covarde.                            Chamei-lhe de covarde.

Chamei-o covarde.                                 Chamei-lhe covarde.

ESQUECER, LEMBRAR

• Quando não forem acompanhados de pronome oblíquo átono, pedem complemento sem preposição (objeto direto).

• Quando forem acompanhados de pronome oblíquo átono, pedem complemento com preposição ‘de’ (objeto indireto):

CUSTAR

Empregado no sentido de ‘ser custoso’, ‘ser difícil’, pede complemento introduzido pela preposição ‘a’ (objeto indireto) e tem seu sujeito representado por uma oração com verbo no infinitivo:

IMPLICAR

• No sentido de ‘trazer como conseqüência’, ‘acarretar’, exige complemento sem preposição (objeto direto):

• No sentido de ‘mostrar-se impaciente’, ‘demonstrar antipatia’, exige complemento com a preposição ‘com’ (objeto indireto):

INFORMAR

Normalmente é usado com dois complementos: um sem preposição (objeto direto) e outro com preposição (objeto indireto). Admite duas construções: informar alguma coisa a alguém ou informar alguém de (ou sobre) alguma coisa.

Esta regra a respeito do verbo INFORMAR aplicar-se também aos verbos AVISARCERTIFICARCIENTIFICAR, NOTIFICAR e PREVENIR.

OBEDECER

Na linguagem culta deve ser empregado como transitivo indireto, com o complemento introduzido pela preposição ‘a’:

NAMORAR

Quando usado com complemento, é transitivo direto; portanto o complemento não deve vir introduzido por preposição:

PAGAR / PERDOAR

Se o complemento denota coisa, deve ir sem preposição (objeto direto); mas se o complemento denota pessoa, deve vir regido pela preposição ‘a’ (objeto indireto).

PREFERIR

Na linguagem culta, o verbo preferir deve ser empregado com dois complementos: um sem preposição (objeto direto) e outro com a preposição ‘a’ (objeto indireto)

PROCEDER

• No sentido de ‘ter fundamento’, ‘mostrar-se verdadeiro’, é empregado sem complemento (verbo intransitivo):

• No sentido de ‘originar-se’, ‘provir’, é transitivo indireto com complemento regido pela preposição ‘de’:

• No sentido de ‘levar a efeito’, ‘executar’, ‘realizar’, é transitivo indireto com complemento regido pela preposição ‘a’:

QUERER

• No sentido de ‘desejar’, ‘ter vontade de’, pede complemento sem preposição (objeto direto):

• No sentido de ‘estimar’, ‘ter afeto’, é transitivo indireto com complemento regido pela preposição ‘a’:

SIMPATIZAR

Pede complemento com a preposição ‘com’ (objeto indireto).

VISAR

• No sentido de ‘mirar’ e de ‘dar visto’, pede complemento sem preposição (objeto direto):

• No sentido de ‘ter vista’, ‘objetivar’, é transitivo indireto com complemento regido pela preposição ‘a’:

PARA NÃO ESQUECER

Os pronomes o, a, os, as deve ser empregados como complemento de verbos transitivos diretos e os pronomes lhelhes como complementos de verbos transitivos indiretos:

Quer uma mesa nova.
—> Quero-a.
Quero a meus pais.
—> Quero-lhes.

Paguei o empréstimo.
—> Paguei-o.
Paguei ao gerente.
—> Paguei-lhe.

Convidei meus pais.
—> Convidei-os.
Obedeço a meu pai.
—> Obedeço-lhe.








domingo, 23 de abril de 2023

Jornalismo e Modalização

 MODALIZAÇÃO / MODALIZADORES A modalização expressa o modo como o sujeito defende seu ponto de vista. 

São raros os textos sem modalização, já que até mesmo aqueles que se pretendem objetivos, como os que se enquadram ao gênero notícia, podem apresentar modalizadores que denunciam uma percepção particular do jornalista ou de alguém relacionado ao fato noticiado, já que as citações não são raras nesse gênero. 

A modalização é, pois, um fenômeno discursivo em que uma instância enunciadora coloca-se como fonte de referências pessoais, temporais, espaciais, e, ao mesmo tempo, toma uma atitude em relação ao que diz a seu co-enunciador. 

Ela pode ser evidenciada nas manifestações escritas e orais da linguagem, nos mais variados contextos. É o fenômeno pelo qual o sujeito expressa sua adesão ao texto. A partir dela é possível perceber qual a atitude do locutor na defesa do que pretende. Assim, podemos perceber se ele crê no que diz, se atenua ou impõe algo.

Comunicação – Os modalizadores

 

O JORNALISMO E O ARTIGO DE OPINIÃO 

"O artigo de opinião é um texto jornalístico de base argumentativa em que o seu autor defende um ponto de vista sobre determinado tema. O autor do artigo de opinião é chamado de articulista e geralmente é um jornalista ou figura pública com autoridade sobre o tema a ser tratado.

Atualmente, os artigos são lidos em meio impresso e digital e são responsáveis por fomentar as principais discussões nas redes sociais, justamente por trazerem uma série de temas e assuntos polêmicos que mobilizam a sociedade."

O artigo de opinião é um gênero jornalístico que se caracteriza por expressar opiniões de seus autores, ao contrário das notícias, que devem ser isentas do julgamento daqueles que as escrevem. Como o nome diz, é um gênero produzido na área jornalística para ser publicado em jornais e revistas impressos ou virtuais. Algumas vezes, o artigo de opinião também pode ser escrito para ser lido em jornais televisivos ou radiofônicos.

Quando são publicados em jornais, os artigos costumam ocupar espaços pré-determinados, em seções ou colunas destinadas à veiculação de opiniões. Diferentemente das notícias e reportagens, os artigos de opinião não são ilustrados por imagens. Essa forma de apresentação reforça o caráter de seriedade do gênero, que já é dada por seus autores serem especialistas nos assuntos que discutem. O fato de serem escritos por especialistas já supõe, também, que serão profundos, mais longos do que as notícias, terão linguagem mais ligada ao campo de conhecimento desse especialista, menos fácil de ser universalmente compreendida. Todos esses elementos exigem um leitor mais preparado e disposto a enfrentar a leitura de textos mais complexos.




 Os modalizadores









O QUE É MODALIZAÇÃO?

A modalização é um conceito advindo da ciência linguística para definir os mecanismos discursivos que apresentam a função de manifestar o posicionamento do enunciador em relação àquilo que é dito.

Por não ser uma categoria estrutural da gramática, é bastante complexo realizar uma classificação das modalidades na língua, cabendo seu entendimento à própria área da compreensão textual e mesmo da análise do discurso.

De forma geral, um modalizador é um elemento gramatical ou lexical – palavra ou expressão – por meio do qual o enunciador revela alguma atitude relativo ao conteúdo daquilo que ele mesmo enuncia. Assim, mesmo de forma encoberta, o enunciador deixa seus posicionamentos subentendidos ou sugeridos, de forma a influenciar o coenunciador a compreender o enunciado sob um determinado aspecto que lhe é dissimuladamente proposto.

Em todo ato de comunicação, podem-se fazer presentes mediações diversas, oriundas das intenções com as quais um discurso é imaginado, produzido e realizado. Seja evidenciar uma certeza, uma dúvida, a obrigatoriedade ou a proibição, uma possibilidade, algum sentimento, entre outros.  Para a linguística a própria língua guarda características argumentativas, na medida em quem, por meio dela interagindo escrita ou oralmente, os falantes reproduzem entendimentos, atitudes e argumentos.

Os elementos modalizadores, portanto, são utilizados como um indicativo da própria existência de um discurso argumentativo, ao transparecer o ponto de vista apresentado pelo enunciador da maneira como ele buscou a elaboração de seu discurso.

Entre as inúmeras possibilidades intencionais que podem ser expressas na comunicação, destaca-se que, no geral, os recursos gramaticais utilizados para expressá-los não é tão extenso quanto as alternativas de significação. A função modalizadora manifesta-se principalmente por meio de advérbios – quando indicativos acerca do acolhimento do enunciado em sua totalidade ou parcialidade por parte do enunciador; do uso de modos verbais, de forma a indicar se o enunciado expressa um acontecimento ou uma vontade; do emprego de verbos auxiliares que acrescentam noções circunstanciais que podem apontar necessidades ou possibilidades; do uso de estruturas subordinativas, como orações principais em que seus verbos constitutivos possam expressar modalidade; ou do uso de adjetivos, cuja escolha pode revelar opinião ou posicionamento.

Pode-se afirmar, sem margem para dúvidas, que não existe possibilidade de comunicação sem que haja modalização (que, inclusive pode manifestar-se pela entoação da voz na fala) explícita ou implícita, uma vez que sempre haverá intencionalidade nos discursos que são produzidos. Assim, sem esgotar as possibilidades significativas, pode-se enumerar algumas possibilidades modalizadoras, como a seguir:

Asseverativos

Aqueles que conferem certeza a um discurso, podendo ser afirmativos (evidentemente, certamente, claro, sem dúvida, lógico; ou negativos como a polarização de termos pelo uso do “não” ou expressões como “de jeito nenhum”, “de forma alguma”, entre outros.

Dubtáveis

Aqueles que colocam um discurso em dúvida, estabelecem que um enunciado está sujeito à desconfiança, à incerteza ou à imprecisão. Exemplos: talvez, possivelmente, é provável etc.

Delimitadores

Aqueles que estabelecem uma restrição ou um limite ao entendimento do alcance de conceitos ou do discurso. Exemplos: quase, tipo de, espécie de, linguisticamente, matematicamente, geograficamente etc.

Deontológicos

Aqueles que indicam obrigatoriedades, proibições e permissões. Exemplos: necessariamente, obrigatoriamente, não deve fazer, deve apresentar etc.

Afetivos

Apresentam as emoções do enunciador diante do conteúdo do discurso, bem como posicionamentos de princípio ou predileções. Esses modalizadores podem ser subjetivos, quando marcam a reação do enunciador diante do que é exposto (infelizmente, curiosamente, espantosamente etc.) ou intersubjetivos, quando incluem na sensação emotiva a relação com o coenunciador, seja pela aceitação, pela colaboração ou pela rejeição (sinceramente, francamente, lamentavelmente etc.)


MODALIZAÇÃO TEXTUAL
O que é modalização?
Modalização é o fenômeno pelo qual o sujeito expressa sua adesão ao texto. Através da modalização é possível perceber qual a atitude do locutor na defesa do que pretende. Assim, é possível perceber se ele crê no que diz, se atenua ou impõe algo que diz. Na verdade, é a expressão de um ponto de vista. Portanto, como pode haver um texto sem modalização?
A resposta é muito simples. Simplesmente não há texto sem modalização. Essa pode sim ser mais explícita ou mais discreta.
No texto, percebemos a presença dos modalizadores pelos elementos linguísticos que os expressam. Esses funcionam como indicadores de intenções, sentimentos e atitudes do locutor com relação a seu discurso. Eles revelam o grau de engajamento do falante em relação ao conteúdo proposicional veiculado.
O chamado ethos é a imagem que a gente cria de si mesmo. É essa, na verdade, a marca dos modalizadores no discurso, que são marcas deixadas por quem escreve.
Há dois tipos básicos de modalizadores:
a) Modalidades Epistêmicas: referem-se ao eixo do saber (certeza/ probabilidade);
· Crer – eu acho, é possível
Provavelmente virei.
· Saber – eu sei, é certo
Viajarei com certeza.
b) Modalidades Deônticas: referem-se ao eixo da conduta (obrigatoriedade/ permissibilidade).
· Proibido: Não se deve estacionar na faixa amarela.
· Obrigatório: Você precisa se alimentar melhor.
Recursos Linguísticos para a expressão da modalização:
· modos e tempos verbais;
· advérbios: talvez, felizmente, infelizmente, lamentavelmente, certamente...;
· predicados cristalizados: é certo, é preciso, é necessário;
· performativos explícitos: eu ordeno, eu proíbo, eu permito...;
· verbos auxiliares: poder, dever, ter que/ de, haver de, precisar de...;
· verbos de atitude proposicional: eu creio, eu sei, eu duvido, eu acho...
De acordo com os modalizadores que um autor utiliza, ele pode tornar seu discurso mais polêmico ou autoritário. Quando se constrói um discurso mais polêmico fazemos mais uso dos modalizadores inseridos no eixo do crer.
Quando o autor faz esta escolha, ele proporciona ao leitor a chance de tirar suas próprias conclusões.
Já o discurso inserido no eixo do saber e do dever estará mais voltado para um discurso autoritário, restringindo as chances de o leitor discordar dos fatos apresentados pelo autor.