Chamamos de regência verbal e regência nominal a relação de subordinação existente entre um verbo ou um nome e seus complementos.
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
A sintaxe de regência cuida especialmente das relações de dependência em que se encontram os termos na oração ou as orações entre si no período composto. Os termos, quando exigem a presença de outro, chamam-se regentes ou subordinantes; os que completam a significação dos anteriores chamam-se regidos ou subordinados. Quando o termo regente é um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio), ocorre a regência nominal.
Agora note:
Quando um termo REGENTE é um VERBO, ocorre a REGÊNCIA VERBAL.
Voltemos:
Agora veja:
Como você deve ter notado, quando o termo REGENTE é um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio), ocorre a REGÊNCIA NOMINAL, tanto no período simples quanto no composto por subordinação.
Nota: Na regência verbal, o termo regido pode ser ou não preposicionado: na regência nominal, ele é obrigatoriamente preposicionado.
A palavra REGÊNCIA vem do verbo reger (reger = -ência), e este do latim Regere = dirigir, guiar, conduzir, governar.
Dessa forma, regente é aquele que DIRIGE, CONDUZ, GOVERNA, e regido é aquele que é DIRIGIDO, CONDUZIDO, GOVERNADO.
Fique atento a isto:
O termo que completa o sentido de um verbo é chamado OBJETO. O objeto (termo regido) pode estar ligado (ao termo regente) por meio da preposição ou não. Se completar o verbo sem preposição obrigatória, recebe o nome de objeto direto, e pode ocorrer em período simples ou composto por subordinação.
Veja o exemplo:
Notou no exemplo que este verbo CHAMAR não pede a preposição para ter significação no seu complemento? Temos aqui um período simples, (oração que apresenta apenas um verbo ou locução verbal).
No caso de dúvida(s) se o a é preposição ou artigo, tente substituí-lo pela preposição para. Se não der é porque não é preposição. Caso permaneça em dúvida consulte em nosso site a aula sobre Crase.
Outra dica para saber também se o complemento verbal é objeto direto ou indireto é só você fazer a pergunta depois do verbo, por exemplo, chama quem? Resposta: A atenção.
Troque o complemento a resposta pelo pronome isto, assim: chama quem? Resposta: isto. O pronome “isto” pediu preposição? Não, então o complemento do verbo é objeto direto.
Se o termo completar o sentido do verbo por meio da preposição obrigatória, então, o complemento verbal é objeto indireto. Veja o exemplo:
Notou que o verbo pede a preposição para que o complemento verbal tenha sentido?
Agora troque o complemento verbal pelo pronome NISTO. Acredita em quê? Resposta: Nisto (contração da preposição “em” + o pronome “isto” = nisto). Fácil, não é?
No período composto por subordinação o processo é o mesmo.
Veja o exemplo:
Que é que o público exigia? Resposta: que os ingressos fossem devolvidos.
Trocando a oração subordinada pelo pronome ISTO, temos como resposta: O público exigia isto.
Notou que o verbo EXIGIR não pediu a preposição? É por isto que a oração exemplificada é classificada como oração subordinada substantiva objetiva direta.
Note agora:
Substituindo a oração subordinada pelo pronome NISTO, temos: Meus pais insistiam nisto.
NISTO é a contração da preposição em + o pronome isto.
Espero que você tenha entendido e gostado da explicação!
Para lembrar, veja o quadro abaixo:
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO | |
VTD | verbo transitivo direto (não exige preposição) |
OD | objeto direto (completa o sentido de um verbo transitivo direto) |
VTI | verbo transitivo indireto (exige a preposição) |
OI | objeto indireto (completa o sentido de um verbo transitivo indireto) |
VTDI | verbo transitivo direto e indireto |
CN | complemento nominal (completa o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio) |
VV | vozes verbais |
VA | voz ativa: sujeito agente |
VPA | voz passiva analítica (verbo ser + particípio) |
VPS | voz passiva sintética (com o pronome se) |
VPR | voz passiva reflexiva (sujeito agente e paciente) |
REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS
ASPIRAR |
• No sentido de ‘almejar’, ‘pretender’, pede complemento com a preposição ‘a’ (objeto indireto):
• No sentido de ‘cheirar’, ‘sorver’, ‘inalar’, pede complemento sem preposição (objeto direto):
ASSISTIR |
• No sentido de ‘prestar assistência’, ‘dar ajuda’, é normalmente empregado com complemento sem preposição (objeto direto):
• No sentido de ‘ver’, ‘presenciar como espectador’, pede complemento com a preposição ‘a’ (objeto indireto):
• No sentido de caber, pertencer pede complemento com a preposição ‘a’ (objeto indireto):
CHAMAR |
• No sentido de convocar, mandar vir, exige complemento sem preposição (objeto direto):
• No sentido de ‘cognominar’, ‘dar nome’, pode ser tanto transitivo direto como indireto (com o objeto indireto regido pela preposição ‘a’ seguido de predicativo do objeto introduzido ou não pela preposição ‘de’. Há, portanto, quatro construções possíveis:
Caso o complemento (objeto direto ou indireto) esteja representado por um pronome oblíquo átono, teremos as seguintes construções:
Chamei-o de covarde. Chamei-lhe de covarde.
Chamei-o covarde. Chamei-lhe covarde.
ESQUECER, LEMBRAR |
• Quando não forem acompanhados de pronome oblíquo átono, pedem complemento sem preposição (objeto direto).
• Quando forem acompanhados de pronome oblíquo átono, pedem complemento com preposição ‘de’ (objeto indireto):
CUSTAR |
Empregado no sentido de ‘ser custoso’, ‘ser difícil’, pede complemento introduzido pela preposição ‘a’ (objeto indireto) e tem seu sujeito representado por uma oração com verbo no infinitivo:
IMPLICAR |
• No sentido de ‘trazer como conseqüência’, ‘acarretar’, exige complemento sem preposição (objeto direto):
• No sentido de ‘mostrar-se impaciente’, ‘demonstrar antipatia’, exige complemento com a preposição ‘com’ (objeto indireto):
INFORMAR |
Normalmente é usado com dois complementos: um sem preposição (objeto direto) e outro com preposição (objeto indireto). Admite duas construções: informar alguma coisa a alguém ou informar alguém de (ou sobre) alguma coisa.
Esta regra a respeito do verbo INFORMAR aplicar-se também aos verbos AVISAR, CERTIFICAR, CIENTIFICAR, NOTIFICAR e PREVENIR.
OBEDECER |
Na linguagem culta deve ser empregado como transitivo indireto, com o complemento introduzido pela preposição ‘a’:
NAMORAR |
Quando usado com complemento, é transitivo direto; portanto o complemento não deve vir introduzido por preposição:
PAGAR / PERDOAR |
Se o complemento denota coisa, deve ir sem preposição (objeto direto); mas se o complemento denota pessoa, deve vir regido pela preposição ‘a’ (objeto indireto).
PREFERIR |
Na linguagem culta, o verbo preferir deve ser empregado com dois complementos: um sem preposição (objeto direto) e outro com a preposição ‘a’ (objeto indireto)
PROCEDER |
• No sentido de ‘ter fundamento’, ‘mostrar-se verdadeiro’, é empregado sem complemento (verbo intransitivo):
• No sentido de ‘originar-se’, ‘provir’, é transitivo indireto com complemento regido pela preposição ‘de’:
• No sentido de ‘levar a efeito’, ‘executar’, ‘realizar’, é transitivo indireto com complemento regido pela preposição ‘a’:
QUERER |
• No sentido de ‘desejar’, ‘ter vontade de’, pede complemento sem preposição (objeto direto):
• No sentido de ‘estimar’, ‘ter afeto’, é transitivo indireto com complemento regido pela preposição ‘a’:
SIMPATIZAR |
Pede complemento com a preposição ‘com’ (objeto indireto).
VISAR |
• No sentido de ‘mirar’ e de ‘dar visto’, pede complemento sem preposição (objeto direto):
• No sentido de ‘ter vista’, ‘objetivar’, é transitivo indireto com complemento regido pela preposição ‘a’:
PARA NÃO ESQUECER Os pronomes o, a, os, as deve ser empregados como complemento de verbos transitivos diretos e os pronomes lhe, lhes como complementos de verbos transitivos indiretos: Quer uma mesa nova. Paguei o empréstimo. Convidei meus pais. |
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